segunda-feira, 22 de julho de 2013

Eu e a Direita, Afinidade à Segunda Vista

Coitadismo x meritocracia, eis a questão. O primeiro causa a sensação de incapacidade, o segundo desafia o ser humano, mas como a maioria das pessoas são medíocres e invejosas, há uma predileção geral pelo igualitarismo grosseiro.
O quadro clínico não é nada animador: nosso tempo é um tempo de vítimas. Hoje o coitadismo é institucionalizado no sentido mais fidedigno da palavra. Sim, existem instituições legais de coitados, vulgarmente tratados como “minorias”. Tenho verídicas razões para acreditar no fato de que as “minorias”, juntas, formam a maioria absoluta: essa é a derradeira face de uma sociedade de imbecis, até porque, a democracia opera pela força numérica, sendo assim, os eternos sacos de pancada são parte majoritária do nosso tecido social. É espantoso, mas encontro o viés sadomasoquista do comportamento de um povo ideologicamente mimado.
Quem será que é privilegiado? Pergunta cascuda num contexto em que as vítimas são o “palheiro” e os privilegiados são a “agulha”. Então é melhor começar pelas vítimas e suas mais modernas griffes: crianças e o “Bullying”, gays e a “homofobia”, “afro descendentes”, ou outros grupos étnicos e o “racismo”, enfim, esses são os exemplos da prateleira, mas há uma gama enorme de outros.
Hoje, todo mundo anseia pelo direito jurídico de ser feliz, daqui a pouco, a felicidade será obrigatória e quem não compartilhá-la, será preso pelo crime de tristeza. Até os comerciais de ração prometem felicidade aos cachorros e gatos.
É crível que não há mais retorno, especialmente agora, em tempos de “nova classe média”. Estamos num relativo conforto, e o desconforto é a única forma de fazer o ser humano pensar sem brincadeiras de mau gosto.
As pessoas se auto-afirmam como: “éticas”, mas ainda assim: “felizes”. Agora eu me dou ao luxo de perguntar: como pode haver ética onde só há felicidade? A ética é um sistema de valores que opera de acordo com “bem” e “mal”, como diria a música: “se o bem e o mal existem você pode escolher...” Se existe só o bem, pode existir qualquer coisa nesse lugar, menos ética.
Sou muito digressivo e tenho egressos descontrolados de tema, mas essa é minha forma de escrever, porém, no caso desse ensaio, vou voltar à questão inicial.
Os coitados, muitas vezes podem ser “cotados” (perdão pelo trocadilho). Uma das maneiras de institucionalizar esses grupos é discriminá-los por meio de cotas (qualquer tipo delas), inserindo na cabeça das pessoas a idéia de que há uma “dívida histórica”, termo ridículo, afinal, a humanidade sempre caminhou na direção do contágio e da sobreposição de uma raça sobre outra, isso é o Darwinismo na sua mais didática amostra. Se construirmos esse senso de “dívida”, giramos num embate ad eternum, onde a humanidade nunca abandonará os seus “credores”, afinal, se estamos endividados, os coitados são nossos credores. 
Outro aspecto interessante, no caso das cotas universitárias sociais, é entendermos o papel da universidade pública. É comum escutarmos: “o aluno estuda em escola pública, e, no curso superior, acaba indo pra educação privada”. É esse o tipo de pensamento que distingue sociedades como as latino-americanas das anglo-saxônicas. Lá, a cultura é de meritocracia, olhar para frente. Aqui, olhar para o passado e o maldito coitadismo. Nos países capitalistas do primeiro mundo, há uma noção geral do papel da universidade pública (isso não exclui as privadas, que são maioria): que é o de gerar tecnologia e devolvê-la à sociedade, isso é retribuir os impostos que sustentam o mundo acadêmico, além do que, não é possível corrigir patologias sociais colocando, nas faculdades de ponta, meia dúzia de alunos de escola pública, negros ou não, por meio de cotas. Isso só mascara o problema, e pior: o legitima. A real fratura é a péssima condição da educação de base, e não adianta oferecer remédios paliativos depois de 10 ou 11 anos. Para que a academia possa produzir ciência útil à sociedade que a financiou, é necessário que os alunos sejam os melhores, independente de o cara ter vindo do Jardins, de Higienópolis ou da periferia de Osasco.
Coitados, aprendam de todas às vezes por nenhuma: a riqueza não é uma dádiva. O pensamento técnico burguês produziu o que há de mais avançado em matéria de economia. Ingenuidade ou má-fé? O que leva vocês a pensarem que a miséria não é a ordem natural das coisas? Talvez vocês pensem que no começo da humanidade, a vida era confortável e igualitária, mas eclodiu um certo grupinho de pessoas más, e usurpou todos os valores materiais em nome do privado.
A pobreza é a regra, temos que aprender como se produz valor, pedir esmolas não me parece a melhor solução.


Justiça social é oferta de emprego, o resto é puro Darwinismo. Chega de vítimas!

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